1 Logística Tecnólogos: A logística dos Aeroportos do Brasil

quarta-feira, 9 de maio de 2012

A logística dos Aeroportos do Brasil



Prontos para copa





No dia 30 de outubro de 2007, quando o Brasil foi oficialmente escolhido para organizar a Copa do Mundo de 2014, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil estaria, desde aquele momento até 2014, se preparando “para realizar uma das maiores Copas do Mundo da história”. Na mesma semana, o então presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi, pedia demissão, na esteira da crise do “Apagão Aéreo”, quando caos e filas em terminais, atrasos em massa e acidentes aéreos fatais faziam o país notar a urgência de se investir na ampliação e modernização de sua estrutura aeroportuária.
  

Em obras desde 1995

O aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal (RN), está em obras desde 1995. Seu prazo de entrega é outubro de 2014, dois meses após o fim da Copa do Mundo.
Quase quatro anos depois, quando a preparação do Brasil para receber a Copa, a mil dias da abertura do evento, vai ganhando ritmo, com as obras dos 12 estádios que receberão os jogos em pleno andamento, os aeroportos continuam sendo o principal gargalo estrutural do país.

Há obras que não saíram do papel, há outras que não ficarão prontas a tempo e há, ainda, aquelas que, mesmo sendo entregues antes de 2014, não serão suficientes para atender a demanda de aeronaves e passageiros. Se há um fator que preocupa as autoridades que organizam a Copa, chama-se aeroportos.
No último dia 14, o governo brasileiro lançou um balanço da preparação do país para a Copa, onde se lê: cinco dos 13 aeroportos das cidades-sedes para o Mundial ainda não iniciaram as obras. Belo Horizonte, Fortaleza, Manaus, Recife e Salvador são as cidades que ainda não tiraram do papel as obras nos aeroportos. No aeroporto de Guarulhos (SP), uma obra contratada em regime de emergência é alvo de questionamento pelo Ministério Público na Justiça Federal, e a batalha de liminares que se anuncia já paralisou a obra por três dias.
Investimento da estatal Infraero bateu recorde no ano passado, mas não deu conta do aumento da emanda Viracopos (Campinas) foi a unidade que mais cresceu no ano passado, com um movimento quase 40% maior.
No primeiro ano do governo Dilma, o investimento da Infraero foi recorde (R$ 1,145 bilhão), mas não foi suficiente para desafogar os aeroportos mais congestionados.
Em 6 dos 16 aeroportos tidos como prioritários para a Copa de 2014, a demanda ficou acima da capacidade: Campinas, Guarulhos, Congonhas, Santos Dumont, Brasília e Cuiabá.
Em julho, quando fez uma atualização de capacidade, incorporando novos investimentos e cálculos, a Infraero contava quatro aeroportos acima do limite. Entraram Santos Dumont e Campinas.    
 
Juntos, esses seis aeroportos operam com um excesso de capacidade de 12 milhões de passageiros -equivalente à capacidade de Congonhas.
Viracopos, em Campinas, foi o que mais cresceu em 2011. Com alta de 38,9%, alcançou 7,54 milhões de passageiros. O aeroporto começou o ano com capacidade para 3,5 milhões de viajantes e terminou com 6,8 milhões.

Além de uma mudança no cálculo e outras melhorias, Viracopos ganhou um terminal provisório de R$ 5,5 milhões. Apesar de quase duplicar a capacidade, a demanda ainda foi 11% superior.
Santos Dumont fechou 2011 com alta de 9%, com 8,52 milhões de viajantes. A capacidade de 8,5 milhões não teve alteração ao longo do ano.

Bem além

Maior do país, o aeroporto de Guarulhos cresceu 11,6%, alcançando 29,9 milhões de passageiros – 20,34% acima da capacidade.
No início do ano, os Terminais 1 e 2 de Guarulhos comportavam 20,5 milhões de passageiros. Com a inauguração de uma sala de embarque remota (que está subutilizada), novas posições de passaporte e de raio-X, entre outras melhorias, a capacidade subiu para 24,9 milhões.
A inauguração do Terminal 4, programada para novembro de 2011, ficou para fevereiro. O terminal vai ampliar a capacidade do aeroporto em mais 5,5 milhões.
Com 31,4 milhões de capacidade, se o crescimento de 2011 se repetir em 2012, o aeroporto continuará operando acima do limite.
Nos casos de Guarulhos, Campinas e Brasília, adequar a infraestrutura à demanda e à projeção de crescimento para a Copa caberá ao consórcio que vencer o leilão de concessão, em 6 de fevereiro.
Os aeroportos de Vitória (ES), Goiânia (GO) e Cuiabá (MT) também foram contemplados com módulos provisórios. Em Cuiabá, único dos três que servirá a Copa, o investimento foi insuficiente. A capacidade cresceu 26,31%, para 2,4 milhões (26,31%), enquanto a demanda subiu 19,54%, para 2,551 milhões.


Aeroportos temporários:

Tema recorrente na atualidade, as obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014 e para os Jogos Olímpicos, principalmente aquelas consideradas vitais para suportar o aumento dos fluxos de deslocamento de turistas brasileiros e estrangeiros, chamam a atenção pela morosidade.
Mesmo com os investimentos anunciados no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), especialistas consideram que o prazo para a conclusão de ampliações, reformas de portos, aeroportos e metrôs e a implantação de sistemas multimodais de transporte é inviável para que tudo esteja pronto no tempo necessário.
Com relação aos aeroportos, a questão assume tons ainda mais sérios já que a infraestrutura aeroportuária brasileira dá sinais de estar colapsando apenas com o aumento do volume de passageiros registrado nos últimos dois anos.
Mas qual a solução para isso? O diretor de Desenvolvimento, professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral nas áreas de logística, cadeia de valor, supply chain e planejamento de transporte, professor Paulo Tarso Vilela de Resende, aponta uma: investir em aeroportos temporários. “Monta-se e desmonta-se o terminal, daí o nome temporário, de forma modular, sem qualquer outra possibilidade de exploração comercial como um terminal permanente que seja parte integrante do sistema aeroportuário”, explica.
Resende acredita que pode esse tipo de empreendimento pode alavancar a realização de qualquer evento, seja a Copa do Mundo e Olimpíada, por meio da integração com o sistema portuário formando, assim, um complexo multimodal. “Essa multimodalidade é importante pois cria um portfólio diverso e capaz de grande integração com os movimentos portuários. Acredito dado o tempo escasso que temos para pensar em aeroportos novos, principalmente no Rio de Janeiro, a integração seria interessante com o porto e também com a reestruturação do centro histórico da cidade”, afirma o professor.
Ele também é crítico em relação a forma como o País vem conduzindo os preparativos para os eventos esportivos e cita como exemplo as duas últimas sedes da Copa do Mundo. “Na Alemanha o legado das obras é incontestável e na África do Sul o legado é baixo, como temo que teremos no Brasil, pois obras que deixam um grande legado são obras de longo prazo que o Brasil não está realizando”.
Paulo Tarso Vilela de Resende vai abordar este tema no Painel “Construção & Ampliação de Aeroportos – Grandes Eventos”, que faz parte do 1º Seminário Internacional de Infraestrutura Aeroportuária da América Latina, uma série de debates que acontece simultaneamente à Airport Infra Expo, primeiro evento especialmente voltado para a cadeia de produtos e serviços destinados à operação aeroportuária. A feira reunirá mais de 100 empresas de 18 diferentes países e acontece entre os dias 26 e 28 de abril, das 12 às 20 horas, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP).

Logística

De olho no aumento do movimento dos aeroportos no país, não só pelo crescimento do poder aquisitivo, mas por eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas, a BR vai investir na ampliação de suas unidades nos 12 principais aeroportos do país.
"Os aeroportos que tem Copa do Mundo representam 92 por cento do consumo total de QAV (querosene de aviação)", informou Lima.
Ao todo o Brasil consome cerca de 600 milhões de litros de QAV por mês, sendo 400 milhões fornecidos pela BR Distribuidora, disse Lima. "Em épocas como a da Copa do Mundo o consumo de QAV vai ser entre 20 a 30 por cento maior", estimou.
A BR Distribuidora também será responsável pela construção de uma fábrica de lubrificantes dentro do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), depois que a diretoria de Abastecimento decidiu fazer no local uma fábrica de óleos do grupo 2, que possibilitam a produção de um lubricante de melhor qualidade do que o produzido atualmente. A unidade deve ter capacidade para 40 mil metros cúbicos por mês.
Atualmente, a BR tem 39 por cento de participação no mercado de distribuição de combustíveis, seguida pelo grupo Ultra (Ipiranga e Texaco) com 19,6 por cento e a Raízen (Esso e Shell) com 18 por cento. A bandeira Ale, da AleSat, tem 3,3 por cento e todas as outras pequenas distribuidoras juntas respondem por 20,1 por cento do mercado, segundo dados da BR.
De acordo com Lima, os planos são de praticamente manter a posição atual. Por isso, mesmo com o crescimento do mercado de cerca de 5 por cento em média, atingir 40,6 por cento do mercado em 2015.
Para isso, a BR vai ampliar e modernizar os postos atuais e fazer acordos como o fechado no início de agosto com a Derivados do Brasil (DVBR), que acrescentou 118 postos à rede BR, sendo 99 em São Paulo.




Por Mariana Barbosa, Folha de São Paulo
fonte=http://www.logisticadescomplicada.com/a-25-anos-da-copa-aeroportos-operam-acima-da-logistica.wordpress.com/2011/04/03/aeroportos-temporarios-uma-solucao-na-copa-do-mundo-de-2014/http://exame.abril.com.br/negocios/empresas/noticias/br-dobra-investimento-em-logistica-e-foca-em-aeroportos-da-copa?page=2&slug_name=br-dobra-investimento-em-logistica-e-foca-em-aeroportos-da-copa.

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